domingo, 10 de junho de 2007

terça-feira, 22 de maio de 2007

O Estado Liberal e o Estado Intervencionista

O ESTADO LIBERAL E O ESTADO INTERVENCIONISTA

Se dermos atenção a qualquer noticiário, discurso político, conclusões de de­bates com a presença de associações sindicais ou patronais, ou a quaisquer eventos de natureza socioecon6mica ou politica, damo-nos conta da presença constante do Estado na actividade económica.
De facto, nos nossos dias e reconhecida por todos os agentes económicos a vantagem e, em alguns casos mesmo, a necessidade de 0 Estado intervir na activida­de produtiva, seja como regulador, dinamizador, arbítrio ou mesmo produtor.
Todavia, nem sempre foi este 0 entendimento que os agentes económicos de­ram ao papel do Estado, pelo que ele nem sempre foi chamado a intervir na econo­mia, acontecendo mesmo situações em que qualquer iniciativa sua na área da produção era considerada como uma intromissão abusiva e inoportuna, que impedia o livre funcionamento da economia de acordo com as leis do mercado.
De facto, quando se analisa a função do Estado na economia, apercebemo-nos que num grande período, dominante no século XVIII, a interferência do Estado na esfera económica não era bem vista nem desejável, pois introduzia perturbações ao mecanismo de mercado, dificultando 0 livre jogo da oferta e da procura.
É o período do Estado liberal, durante o qual a actividade económica se desenrolava autonomamente, sem lnterferência dos poderes públicos. 0 Estado limi­tava-se apenas a definir 0 quadro jurídico que a actividade económica teria de respeitar.
Este posicionamento do Estado perante a actividade económica corresponde ao início do capitalismo e surgiu no século XVIII associado às ideias liberais, após sécu­los de outra forma de ordem económica, o feudalismo.
Inicialmente, 0 capitalismo assentava na Iiberdade de iniciativa, ou seja, na possi­bilidade de qualquer indivíduo utilizar os seus meios de produção na actividade pro­dutiva, e na liberdade de concorrência, segundo a qual qualquer empresa podia competir com as outras em qualquer ramo de actividade económica.
Estes dois tipos de liberdade - liberdade de iniciativa e de concorrência - alia­dos à existência de muitas empresas de pequena dimensão. conduziam à não inter­venção do Estado na esfera económica, que ficava reservada às empresas privadas movidas pelo lucro. Ao Estado apenas competia a requlamentação jurídica da econo­mia, a defesa da ordem social e a garantia das liberdades individuais.
Todavia, 0 funcionamento da economia segundo as leis do mercado de con­corrência perfeita veio a ser gradualmente perturbado, em virtude do aparecimento de outras formas de mercado contraries a livre concorrência. São os resultados da concentração industrial e financeira ocorrida após a Revolução Industrial, que origi­nou as situações de monopólio e de oligopólio.
Assim, a partir de meados do século passado, as regras de mercado torna­ram-se incapazes de assegurar 0 equilíbrio nos diversos mercados, vindo a verifi­car-se algumas situações de desarticulação entre a oferta e a procura, com excesso de produção de certos bens (mais lucrativos) em detrimento de outros, nomeada­mente bens de primeira necessidade ou de satisfação colectiva, cujo baixo preço de venda - para assegurar o seu consumo por todos - não oferecia perspectivas de rendibilidade, levando o investidor a desinteressar-se da sua produção.
Deste modo, 0 Estado liberal conheceu graves crises económlcas resultantes da desadequação da oferta à procura.



A grande crise de 1929 surge como a mais perfeito exemplo do facto de uma economia por si só dificilmente conseguir regular-se. Nesta crise, o excesso de produção face à procura tornou­-se de tal forma grande que as empresas, vendo os seus stocks, nomeadamente de bens de pro­dução, a acumularem-se nos arrnazéns, diminuiram a respectiva produção. Naturalmente, esta quebra na produção foi acompanhada do desemprego e de menores rendimentos nas mãos dos consumidores a que se reflectia em menor consumo e, em consequência, em nova acurnulação de bens em armazém, menor produção. menor emprego, menor consumo e assim. de forma cir­cular, a crise originava mais crise ainda.

Perante esta incapacidade de as leis do mercado regularem a economia, a Estado foi forcado a intervir, no sentido de prevenir outras crises e minimizar os seus efeitos.
Em consequência, a Estado torna-se num agente que ira intervir directa­mente na esfera produtiva. É o período do Estado intervencionista, durante a qual a Estado junta a actividade que desenvolvia no período anterior (funções relacionadas com a defesa do território e dos cidadãos) uma acção mais directa, passando a tomar medidas de natureza económica tendo em conta as objectivos políticos, económicos e sociais que pretende ver alcançados.
Todavia, a intervenção do Estado raramente atinge aspectos que visem a con­frontação com a actividade empresarial privada. As orientações de politica económi­ca são meramente indicativas, não obrigando as empresas ao cumprimento rígido dos seus objectivos.
Muitas vezes, a intervenção do Estado na economia faz-se através do estabele­cimento de relações complementares com as empresas privadas, nomeadamente for­necendo as empresas certos produtos a preços reduzidos, como, par exemplo, a energia, concedendo subsídios as empresas que produzem bens considerados essen­ciais ao que promovem a criação de novas pastas de trabalho, etc.
Em consequência da crise de 1929, a economista liberal inglês John Maynard Keynes na sua obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, faz um apelo para que as poderes públicos passassem a intervir em certas áreas da economia como as do emprego, do rendimento, do investimento, etc., com vista a minorarem as efeitos das crises económicas.
E, assim, é hoje frequente assistir-se à intervenção do Estado na actividade econó­mica de diversas formas, das quais se destacam:

condução de politicas anti-crise, através de instrumentos fiscais, monetários e de controlo dos preços:

• elaboração de um planeamento de características indicativas, que parte do diag­nostico e caracterização socioeconómica do país, visando a desenvolvimento nacional e regional;

• constituição de um sector público empresarial;

• requlação da actividade económica:

• fiscalização dos agentes económicos:

• dinamização da economia.
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Páginas 179 e 180 do livro: Introdução à Economia 10º ano, Texto Editora, Manuela Góis, Mª João Pais e Belmiro Gil Cabrito, 1ª edição, 1999

sábado, 19 de maio de 2007

Bento XVI critica capitalismo e marxismo

Papa Bento XVI critica capitalismo e marxismo e censura governos autoritários.

2007/05/13 23:32


O Papa Bento XVI criticou hoje o capitalismo, o marxismo e os governos autoritários, no discurso mais político de sua visita ao Brasil, proferido durante abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e das Caraíbas.
«Tanto o capitalismo como o marxismo prometeram encontrar o caminho para a criação de estruturas justas e afirmaram que estas, uma vez estabelecidas, funcionariam por si mesmas. E essa promessa ideológica demonstrou-se falsa», destacou o Papa, citado pela Lusa, no discurso proferido em português e espanhol.
«O sistema marxista não só deixou uma triste herança de destruições económicas e ecológicas, mas também uma dolorosa destruição do espírito. E o mesmo vemos no Ocidente, onde cresce constantemente a distância entre pobres e ricos e se produz uma inquietante degradação da dignidade humana com a droga, o álcool e as subtis miragens de felicidade», acrescentou.
Bento XVI destacou que na América Latina e Caraíbas «ainda há motivos de preocupação ante formas autoritárias de governos ou sujeitas a certas ideologias que se acreditavam superadas e que não correspondem à visão cristã do homem e da sociedade», numa alusão aos governos da Venezuela e Bolívia.
«Opção preferencial pelos pobres»
Por outro lado, a economia liberal de alguns países latino-americanos, na visão do Papa, está a aumentar o número de pobres e excluídos.
«Quem exclui a Deus de seu horizonte falsifica o conceito de realidade e, em consequência, só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas», sublinhou Bento XVI, ao criticar as duas ideologias.
Segundo o Sumo Pontífice, «a Igreja é advogada da justiça e dos pobres», precisamente por não se identificar com os políticos nem com interesses partidários.
«A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristã», disse.
Bento XVI referiu-se também à globalização que, segundo a sua avaliação, embora seja um êxito em certos aspectos e um «sinal da profunda aspiração da unidade», apresenta os riscos dos grandes monopólios e da conversão do lucro em valor supremo.
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Notícia do Portugaldiario.iol.pt:
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=808445&div_id=291

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O cego e as loiras !!!!

Um cego entra num bar de lésbicas, senta-se ao balcão e pede uma bebida.A bebida chega e depois de algum tempo o cego grita:- Vou contar uma piada de loiras! A mulher ao seu lado diz:- Já que és cego, vou-te avisar de 5 coisas antes de resolveres contar a piada:
- 1.ª - O barman é uma mulher loira.
- 2.ª - O gerente é uma mulher loira.
- 3.ª - Eu sou uma loira de 1, 75m e 90kg.
- 4.ª - A mulher ao meu lado é uma loira profissional em Karate.
- 5.ª - Do teu outro lado tens uma loira professora de Kung Fu.Ainda queres contar a piada ?
O cego responde:- Não... Deixa lá... Se vou ter de explicar 5 vezes, desisto....

sábado, 12 de maio de 2007

Crash da Bolsa de Nova Iorque - 1929.


Crise de 1929


Foi a primeira crise pura do capitalismo (ou crise de superprodução). As altas taxas de juro dos EUA ( aliadas a uma política deflaccionista, medidas praticadas com o propósito de escoar os excedentes do seu comércio próspero - desenvolvido no pós-guerra, e dinamizado depois da crise de 1921 -, e evitar a fuga de capitais) atraem às Bolsas Americanas investimentos de todo o Mundo, resultando um surto de especulação financeira que atinge proporções desmedidas. O custo das acções ultrapassa muito o seu valor real, levando à criação de sociedades fictícias. Simultaneamente, a progressiva automatização permite taxas de produtividade mais elevadas, e promovem-se campanhas de venda a crédito extraordinárias, para escoamento do produto. A publicidade consegue incitar o consumo em massa, mas a oferta continua muito superior à procura, o que leva à saturação do mercado.
Nestas condições, fale a primeira empresa Inglesa, e a retirada imediata de parte dos capitais britânicos da Bolsa de Nova York marcou, a 24.10.1929, a Quinta-feira mais negra da história do capitalismo. Um avultado número de acções (sem compradores) é posto à venda, com a consequente baixa vertiginosa do seu preço. O sindicato dos banqueiros e o sistema federal intervêm, mas a deflação dos preços torna-se irreversível. A esta crise financeira alia-se assim uma económica : matérias primas, produtos alimentares e tropicais (café, borracha, algodão) são os primeiros produtos a senti-la, mas todos os sectores, em cadeia, acabam por ser afectados. Esta quebra faz não só diminuir os rendimentos, como, consequentemente, diminui o poder de compra e aumenta o desemprego (os stocks acumulam, e a produção é restringida). Também o comércio internacional entra em recessão, atingindo sobretudo a venda de produtos industriais.
A falência de numerosas empresas e a falta de investimentos explicam a duração da crise. O sector mais afectado foi, sem dúvida, a banca : o "crash" de Nova York provoca também a retirada de capitais americanos investidos no estrangeiro, e o clima de desconfiança que se gera leva os particulares a anularem os depósitos bancários e a praticarem o entesouramento ou a compra do ouro. A esta crise bancária junta-se uma crise de crédito quando, em Maio de 1931, fale o principal banco austríaco (dominado pelos Rothschields) : é retirado o crédito a inúmeras empresas da Europa Central, que acabam também por falir. Nenhum País escapa às repercussões desta crise, que abala a crença no liberalismo e leva a uma crescente intervenção do Estado na actividade económica.